Um homem paquistanês com alegadas ligações com Irã foi acusado nos Estados Unidos em conexão com uma conspiração frustrada para assassinar um político ou funcionários do governo dos EUA, disse o Departamento de Justiça na terça-feira.
Asif Merchant, de 46 anos, procurou recrutar pessoas nos Estados Unidos para levar a cabo a conspiração em retaliação pelo assassinato, pelos EUA, do principal comandante da Guarda Revolucionária do Irão, Qassem Soleimani, em 2020, de acordo com uma queixa criminal.
O ex-presidente Donald Trump, que como presidente aprovou o ataque com drones a Soleimani, foi discutido como um alvo potencial do complô, mas o esquema não foi concebido como um complô para assassinar o ex-presidente, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto.
Merchant, que os promotores alegam ter passado um tempo no Irã antes de viajar do Paquistão para os Estados Unidos, foi acusado de assassinato de aluguel em um tribunal federal no bairro do Brooklyn, em Nova York. Um juiz federal ordenou sua detenção em 17 de julho, de acordo com os autos do tribunal.
“Durante anos, o Departamento de Justiça tem trabalhado agressivamente para contrariar os esforços descarados e implacáveis do Irão para retaliar contra funcionários públicos americanos pelo assassinato do general iraniano Soleimani”, disse o procurador-geral Merrick Garland num comunicado.
O e-mail que você precisa para o dia
principais notícias do Canadá e de todo o mundo.
Receba notícias nacionais diárias
Receba as principais notícias, manchetes políticas, econômicas e de assuntos atuais do dia, entregues em sua caixa de entrada uma vez por dia.
O caso foi revelado poucas semanas depois de autoridades norte-americanas terem revelado que uma ameaça à vida de Trump por parte do Irão provocou segurança adicional nos dias que antecederam um comício na Pensilvânia, no mês passado, em que Trump foi ferido pela bala de um homem armado.
Esse tiroteio, perpetrado por um homem de 20 anos da Pensilvânia, não estava relacionado com a ameaça do Irão e o caso também não tem qualquer ligação com a tentativa de assassinato de Trump. Merchant foi preso em 12 de julho, um dia antes do comício onde Trump foi baleado.
Os documentos judiciais não nomeiam os supostos alvos da conspiração. Merchant disse a um informante policial que haveria “segurança em todo” um alvo, de acordo com a denúncia criminal.
Um porta-voz do Departamento de Justiça se recusou a comentar mais. Avraham Moskowitz, advogado de Merchant, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
“Não recebemos nenhum relatório sobre este assunto do governo dos EUA. No entanto, é evidente que o modus operandi em questão contradiz a política do governo iraniano de processar legalmente o assassino do general Soleimani”, afirmou a missão iraniana nas Nações Unidas em Nova Iorque, num comunicado à Reuters.
A campanha presidencial de Trump não foi encontrada imediatamente para comentar.
A aplicação da lei frustrou o plano do Merchant antes que qualquer ataque fosse realizado. Um comerciante individual contatado em abril para ajudar na trama relatou suas atividades às autoridades e tornou-se um informante confidencial, de acordo com a denúncia.
Merchant disse ao informante que seus planos também incluíam roubar documentos de um alvo e organizar protestos nos Estados Unidos, alegam os promotores.
—Com arquivos adicionais da Associated Press